O Paulo Gustavo me ligou
ontem, ele quer comprar um carro 0
Km e pretende gastar uns R$ 40 mil (com limite alto de
R$ 42 mil). Ele tem preferência pelo HB20, da Hyundai, mas também está olhando
o Gol,
Fox e o Polo, da VW, além do Punto e do Palio da Fiat.
Como critério de partida, o
carro deve ter direção assistida, ar condicionado, ABS e air-bag. Boas
escolhas.
Disse ao Paulo que aqui no
Rio a espera mínima por um HB20 é de 90 dias e que no orçamento dele só cabe o modelo
com motor 1.0. Para o Gol, com os pacotes que incluem ABS e air-bags, o preço
também deve passar deste valor para as versões 1.6, mas caberiam no orçamento
os 1.0.
Nesta faixa também é
possível optar pelo Punto e o Palio, da Fiat, ambos com motores 1.4.
Faço, a seguir, meus
comentários.
O HB20 para mim é uma
incógnita, pois ainda não o dirigi, mas tenho ótima impressão dele. O motor 1.0
é compartilhado com a Kia e rende muito bem para um carro deste tamanho (já fiz
um test-drive no Picanto e postei
aqui no blog). Apesar da demora na entrega, o HB20 é uma aposta de longo prazo,
pois o carro foi recém lançado em nível mundial. O pacote de acessórios, o
ótimo desenho e o bom padrão de acabamento complementam o preço atraente e
levam o HB20 para a primeira escolha de muitos que querem um carro nesta faixa.
Analisando Gol, Fox e o
Polo, da VW, tenho restrições aos preços (altos para o que oferecem) e ao motor
(a VW ainda não sabe resolver um problema no seu sistema de ignição/injeção que
deixa o motor temporariamente sem força). A falha intermitente ocorre muito nos
1.0 e menos nos 1.6. No mais, os três são bem projetados e bem construídos. Numa
comparação direta de benefícios x preços, costumam perder dos concorrentes nas
análises dos itens tangíveis, mas acabam na preferência de muitos por conta do
imaginário coletivo (é melhor por que é um VW).
Analisando os carros da
Fiat, concluo que a fábrica está passando por uma crise de identidade. O Novo
Palio parece um carro chinês e não emplacou boas vendas. Ele rivaliza em espaço
interno com o Punto (que é o Palio europeu), mas perde em personalidade. O
Punto, que a Fiat tentou posicionar como sendo de numa categoria acima do
Palio, deixa a desejar em espaço interno e acabamento. Buscando as ofertas das
concessionárias, na racional versão 1.4, ele pode ser uma alternativa atraente,
mas sem qualquer certeza sobre a sua sobrevida. A vibrante versão 1.6 16v (que
substituiu a patética 1.8 8v) deve passar do orçamento na vizinhança dos 40
mil.
Lembrei ao Paulo que a
escolha de um carro é sempre muito pessoal, com valores diferenciados para cada
característica do carro e sensibilidade da pessoa que a experimenta.
Outros itens relacionados a
custos devem ser observados para quem está com o orçamento curto (seguro, prazo
e cobertura da garantia, emplacamento, IPVA, preço e freqüência das revisões,
etc).
Sugeri ao Paulo que
analisasse a opção do Renault Sandero 1.6, como compra racional.
Comparando com os carros
cogitados por ele, o Sandero ganha de todos em espaço interno, mas perde em
acabamento (está melhor que nas versões anteriores, mas ainda é inferior aos
dos carros nesta faixa de preço). Não tem muito charme, mas a garantia é de
três anos e as revisões têm preço programado e são feitas a cada 10 mil
quilômetros. O motor rende bem, é econômico e durável. Ele já mudou na Europa,
onde recebeu um face-lift que o
deixou bem mais bonito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário