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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Mais sobre o sistema MultiAir do Fiat 500.


Como havia prometido no primeiro post sobre o motor da FIAT, volto ao assunto para explicar melhor como funciona o sistema MultiAir. Já alerto que o texto é bastante técnico e que só os “iniciados” devem acompanhá-lo.

Um pistão, movido por um came (excêntrico) de entrada mecânico, é conectado à válvula de admissão por meio de uma câmara hidráulica, controlada por uma válvula solenóide on/off normalmente aberta.

Quando a válvula solenóide é fechada, o óleo na câmara hidráulica se comporta como um corpo sólido (o óleo é praticamente incompressível) e transmite para as válvulas de admissão o movimento de abertura imposto pelo came mecânico.

Quando a válvula solenóide é aberta, o óleo na câmara hidráulica pode escorrer livremente de volta para o motor, assim as válvulas de admissão não seguem mais o came (como num sistema convencional) de admissão e fecham sob a ação da mola da válvula. A parte final do percurso de fechamento da válvula é controlada por um freio hidráulico dedicado, para garantir uma fase de assentamento suave e regular em qualquer condição operacional do motor.



Por meio do controle do tempo de fechamento e abertura da válvula solenóide, uma ampla gama de programações de abertura das válvulas de admissão pode ser facilmente obtida.

Na condição de potência máxima, a válvula solenóide é sempre fechada e a total abertura de válvula é alcançada seguindo completamente o perfil do came mecânico, especificamente projetado para maximizar potência em alta rotação do motor (longo tempo de abertura).

Para se obter alto torque em baixas rotações, a válvula solenóide é aberta próximo do final do perfil do came, levando ao fechamento antecipado da válvula de admissão.Nesta condição se minimiza o indesejado retorno do fluxo para o coletor de admissão e maximiza a massa de ar admitida pelos cilindros.

Em regime de cargas parciais do motor, a válvula solenóide é aberta antes do final do perfil do came, levando a um fechamento bastante antecipado da válvula de admissão, para controlar a massa de ar admitida em função do torque requerido.

Em marcha lenta, a válvula solenóide permanece aberta quando o perfil do came já começou a agir e se fecha ainda durante o tempo em que o came está bombeando óleo. Nesse caso a válvula se abre mais tarde, quando o pistão já está descendo, portanto a depressão presente no cilindro naquele momento é maior e assim o fluxo de ar admitido no cilindro é mais rápido, o que resulta em maior turbulência, melhorando a homogeneidade da mistura a ser queimada.

Como o sistema é muito rápido, estes dois últimos modos de acionamento podem ser combinados durante o mesmo período de admissão dentro de um ciclo do motor o que melhora a turbulência e a taxa de combustão em cargas e giros muito baixos.


Aproveito para também responder a outro leitor que perguntou se este tipo de sistema é exclusividade da FIAT. 

Na realidade, como marca, o MultiAir é exclusividade da FIAT, mas sistemas de comando de válvulas que combinam eletrônica e hidráulica estão presentes em outros motores modernos, como os do Mini Cooper em suas versões médias e altas.

(agradeço à FIAT por me ter remetido o conteúdo técnico no qual baseei a maior parte desta postagem).

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