Vários leitores têm me perguntado sobre a viabilidade técnica de uma moto que usa um “motor magnético”, cujos vídeos estão rodando na Internet. Como trabalho em projetos de desenvolvimento tecnológico há mais de 20 anos, nas indústrias petrolífera e bélica, já vi muitos projetos como estes.
Eles estão “pipocando” na Internet, dotados do tal “motor magnético”. Todos partem de um conceito físico válido (neste caso o magnetismo) e extrapolam a sua real aplicabilidade (também neste caso, a geração conjunta de energia). Poderia classificá-los como “estelionato tecnológico”.
Explicando melhor, a proposta é ter um motor elétrico (todos funcionam à base de campos magnéticos) usado para tracionar a motocicleta. Até aí nada de mais. O motor é acoplado a um gerador elétrico, que gera energia para alimentar o motor que o aciona. Pelos inventores, depois de dada a partida no sistema, nenhuma energia adicional seria necessária, já que o gerador geraria a energia elétrica necessária para alimentar o motor. Na Física, isto se chama de moto-contínuo, que é uma impossibilidade física.
Por que existem tais projetos?
Simples, para conseguir visitas em páginas patrocinadas (objetivo escuso mas pouco nocivo) e, noutra vertente mais séria, angariar recursos de investidores, que, atraídos pela chance de rompimento da barreira tecnológica e valorização meteórica do valor da empresa do inventor, apostam seu dinheiro numa aventura onde só o inventor ganha.
Não caiam em nenhuma destas armadilhas, por mais sérios que pareçam os inventores e as instituições que os suportam.
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